Apesar de revitalizada recentemente, para contar um pouco da história, tal como se conhece hoje, da menor trilha reconhecida oficialmente por lei da capital, é preciso voltar até 1977. Nesse ano o sistema Córrego Grande – Poção juntava-se à rede de abastecimento de água municipal. Como a barragem para captação da água bruta do rio localizava-se no alto da Cachoeira do Poção era preciso transportá-la por adutora até o seu local de tratamento antes de distribuí-la na região. Grande parte da Trilha do Poção ainda segue fielmente até hoje o caminho da tubulação já incorporada ao cenário.

Quase um século antes da criação de sua Unidade de Conservação (UC) o Maciço da Costeira já era conhecido por seus numerosos “fios de água”, especialmente o da “cachoeira grossa” do Córrego Grande, “conquanto diminuída pelo desmatamento de suas nascentes, poderia servir, com outras, para abastecer de água o Desterro”, apontava o célebre escritor Virgílio Várzea em 1900. Desterro tornou-se Florianópolis, que por sua vez foi, em parte, abastecida pelo rio Córrego Grande. Por fim, com a criação do parque municipal, no ano de 1995, cessaram os desmatamentos nos seus numerosos mananciais.

Além da profundeza do poção, com suas escorregadias pedras de diabásio na borda, a travessia a vau em dois pontos do rio Córrego Grande exige atenção. Por outro lado, para relaxar, além da famosa piscina natural que batiza a trilha, ainda existe outra carinhosamente chamada de “pocinho”. Com uma maior área rasa suas águas costumam fazer a alegria da criançada no verão. Antes, na primavera, é a vez dos garapuvus (Schizolobium parahyba) encontrados ao longo do trajeto de terra batida dar o ar de sua graça colorindo de amarelo a adorável Trilha do Poção.